quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Sobre o carnaval

Um pouco de História...


Há mais de 2.500 anos que o Homem se diverte, pelo menos uma vez ao ano, de um modo irreal e utópico.

Era assim nas saturnais romarias, nas manifestações gregas do século V antes de Cristo. E nas festas romanas, como o Carnaval, ou Carnevalle, festa da carne. Onde todas as formas de sedução podiam ser exercidas.

A pudica Igreja Católica montou o cerco. Permitia, mas depois mergulhava a humanidade em 40 dias de trevas com a soturna Quaresma. Para depois permitir que todos se alegrassem novamente, com o luminoso domingo de Ramos, a Semana Santa e o avassalador domingo de Páscoa, com o mistério da ressureição.

O entrudo
O entrudo era o Carnaval dos tempos imperiais do Brasil. José Nogueira de Oliveira Paredes conta que, reinava, até então, no carnaval carioca, o famoso Entrudo trazido pelos portugueses. Ou seja, o banho que se dava aos transeúntes com água, nem sempre cheirosa como deveria ser, segundo o que era praticado pelas elites da época: o conhecido limão de cheiro e as bisnagas com água perfumada.

O povão se encarregou de desmoralizar o Entrudo jogando água suja mesmo uns aos outros e ai... virava arruaça, pancadaria, policia, etc. Várias tentativas foram feitas pelas autoridades para debelar tal barbaridade mas pouco adiantava. Apesar de todos os rigores, no Brasil imperava sempre esses perigosos folguedos.

O Entrudo tocou o seu auge pelo exemplo que vinha de cima: o primeiro imperador, dizem, era louco por esta brincadeira.

O segundo seguiu-lhe as pegadas e o Paço de São Cristovão tornava-se teatro de lutas, em que tomavam parte o jovem soberano, seus camaristas e suas augustas irmãs. Já velho, quando em Petrópolis, era alvejado pelos mimosos limões de cheiro atirados por donas e donzelas.

Chegava ao palácio molhado como um pinto. O Entrudo predominou entre nós durante quase três séculos e contra ele movia-se cerrada campanha.

(Fonte: José Maria Campos Manzo)

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