quarta-feira, 28 de abril de 2010

Vamos conhecer um pouco sobre a Fonoaudiologia e Distúrbios da comunicação

O programa desta semana falou de problemas relacionados a fala. Convidamos a Fonoaudióloga Fernanda Rocha Martins D´Avila Ribeiro para nos explicar quais são os principais problemas fonoaudiológicos, causas e tratamentos. Veja abaixo:

O fonoaudiólogo é o profissional da saúde especializado no diagnóstico e no tratamento de crianças e adultos, que apresentam problemas na comunicação oral ou escrita.



Quais são os “Problemas na Comunicação” mais comuns?

Distúrbios da Comunicação são problemas que dificultam ou impedem a comunicação normal de um indivíduo com os outros.

Esses problemas podem ser:

1) dificuldades na produção dos sons da fala;


2) problemas de voz;


3) problemas para respirar, mastigar e engolir;

4) distúrbios de linguagem oral;

5) dificuldade em leitura e escrita;

6) gagueira ou dificuldade em controlar a velocidade da fala (muito rápida ou muito lenta);


7) problemas de audição (perda auditiva e desordem de processamento auditivo).

Quando devo procurar um fonoaudiólogo ?
Como é o tratamento fonoaudiológico?

1) Problemas na fala:
Os problemas de comunicação relacionados à fala são mais facilmente observáveis do que qualquer outro.

As principais dificuldades apresentadas na produção dos sons da fala são:

- trocas de fonemas (diz tachorro para cachorro)
- omissões articulatórias (diz sovete ao invés de sorvete)
- distorções fonêmicas (os sons são produzidos, mas não de forma nítida, como o /s/ com a língua entre os dentes).
Aos 5 anos espera-se que a criança já tenha adquirido todos os fonemas necessários para manter uma conversação normal.

Espera-se também que, nesta idade, a criança já tenha abandonado há algum tempo a sucção da chupeta, da mamadeira e do dedo e que já esteja se alimentando basicamente de produtos sólidos.

Quando a criança fala algo errado, não se deve repetir a palavra incorreta para depois falar a certa, mas apenas apresentar o padrão correto. Este procedimento impede que a criança se confunda.


As trocas apresentas na fala podem ou não ser transpostas para a escrita. Porém, sabemos que quanto antes o tratamento fonoaudiológico for iniciado, menos chances correremos de ter uma criança com um distúrbio de escrita.

É importante esclarecer, também, que não existem pessoas mudas. Todos nós podemos nos comunicar, seja através da fala, da escrita, de gestos, desenhos, símbolos visuais, entre outros.

2) Problemas na voz
Os problemas de voz são freqüentemente encontrados em todos os tipos de população, independentemente de sexo e faixa etária.
Nas crianças em idade escolar, encontramos principalmente meninos com alteração de voz, geralmente rouquidão. Isso acontece, porque são os meninos que se envolvem em brincadeiras agitadas, onde o grito é fundamental (futebol, lutas, competições, etc.). Assim, desenvolvem disfonias, ou seja, disfunções vocais, por abuso ou mau uso da voz. Por isso, é importante conscientizar a criança da importância da voz para a comunicação e dos transtornos que a falta dela pode causar. É importante também que pais e professores dêem o exemplo, evitando assim, gritar em casa e na sala de aula. Para manter a atenção e a ordem na classe podem ser usados recursos alternativos, como um apito, palmas, gestos indicativos, etc.


Entretanto, há crianças que apresentam rouquidão muito antes da idade escolar. Quando bebê, elas já choravam rouco e ainda hoje sua voz é diferente das demais crianças. Neste caso, a disfonia pode ser causada por uma alteração vocal congênita, ou seja, a criança pode ter um problema nas pregas vocais desde que nasceu.
Em ambas as circunstâncias (alterações congênitas ou adquiridas), há possibilidade de tratamento, desde que a criança já tenha capacidade de entender e executar os exercícios necessários para a reabilitação.


Nos adultos, os problemas de voz, basicamente também tem a mesma origem: ou são congênitos ou adquiridos. Contudo, quanto mais o tempo passa, mais nos expomos através de nossa fala e, consequentemente, “gastamos” mais nossa voz.

Muitas vezes, até por desconhecimento, deixamos de seguir algumas medidas simples, que poderiam prevenir ou melhorar possíveis alterações de voz. Beber 2 litros de água por dia, evitar alimentos gelados e ambientes com ar condicionado e acostumar-se a comer maçã, são regras de ouro para nossa voz, mas são práticas freqüentemente esquecidas. Sem contar o cigarro, as bebidas alcoólicas, as drogas, o café em demasia, que também são muito prejudiciais à qualidade de nossa voz.

Atualmente, são inúmeras as profissões que se utilizam da voz como instrumento de trabalho. São professores, cantores, atores, radialistas, operadores de telemarketing, vendedores, padres, pastores, secretárias e muitos outros. Para estes, é fundamental ter uma voz agradável e saudável, a fim de manter seu emprego e sua saúde.

As alterações de voz são também problemas de saúde. Se algo em sua voz não vai bem, se você sente falta de ar, dificuldade para falar, dores de garganta freqüentes, pigarro, tosse, a voz não sai ou desaparece de repente, procure o auxílio de um médico otorrinolaringologista para realizar um exame de suas pregas vocais e a orientação de um fonoaudiólogo para a realização de um tratamento adequado e seguro.


Cuide de sua voz, pois só nos damos conta de sua importância quando a perdemos....

3) Problemas para respirar, mastigar e engolir


Muitas crianças (e adultos também!) parecem estar o tempo todo no mundo da lua. Ficam parados, de boca aberta, olhando para o nada...

Uma pessoa que respira pela boca e, portanto, precisa ficar de boca aberta o dia inteiro, tem seu tempo de atenção mais reduzido pela própria quantidade de ar insuficiente que consegue respirar. Além disso, quem dorme de boca aberta, tem uma péssima noite de sono e, consequentemente, um dia que se arrasta, sem pique, nem disposição.

Como se não bastasse, alguém que não consegue ficar de boca fechada para respirar, também não irá conseguir se alimentar normalmente, pois sua musculatura da boca vai se tornando flácida. Assim, o ato de mastigar torna-se cansativo e o indivíduo mastiga pouco e prefere alimentos mais moles, para que sejam engolidos com mais facilidade. No ato da deglutição, a pessoa também não consegue manter a boca fechada, nem a língua na posição correta para realizar esta atividade.

Uma pessoa que tenha estas características, deverá ser submetida rapidamente a uma avaliação otorrinolaringológica e fonoaudiológica, porque esta aparente distração, pode esconder um problema sério.

4) Problemas de linguagem oral
As alterações de linguagem encontradas na infância geralmente estão relacionadas a um atraso no desenvolvimento global da criança. Nestes casos, verificamos que a criança demora mais para começar a falar, fala pouco, apresenta um vocabulário reduzido e constrói frases curtas e simples. Este quadro pode estar ligado também a doenças neurológicas e psiquiátricas.

Nos adultos, os problemas de linguagem oral podem estar relacionados a doenças como afasias, demências e problemas degenerativos que fazem com que o indivíduo perca suas capacidades comunicativas.

5) Dificuldade de leitura e escrita

Algumas crianças têm muita dificuldade para aprender a se comunicar por meio da leitura e da escrita.

Os problemas relacionados à linguagem escrita, como leitura lenta e sem compreensão do material lido, trocas de sons na leitura e de letras na escrita e dificuldade em elaborar textos escritos, também são tratados pelo fonoaudiólogo.
6) Gagueira


A gagueira é um distúrbio da comunicação humana caracterizado por uma interrupção no fluxo normal da fala. Sua origem é orgânica e pode ou não haver um fator psicológico agravando a situação. O indivíduo, em geral, já nasce gago e manifesta esta gagueira em alguma etapa de sua vida, geralmente na infância. Esta dificuldade de comunicação pode diminuir espontaneamente com o tempo, ou, como é mais freqüente, se agravar a medida que a criança cresce. Isso acontece porque, conforme os anos vão passando, a criança passa a ter mais responsabilidades e atividades sociais. Seu ambiente de convívio que antes era só a casa e a família, passa a englobar também a escola, a professora, os amigos, os funcionários da escola, etc.


Por isso, faz-se necessário um atendimento fonoaudiológico o mais rápido possível, a fim de evitar que a criança sofra constrangimentos maiores ao longo do tempo.

7) Problemas auditivos

Uma criança que não ouve bem poderá ser mais agitada do que as outras, ter dificuldades para ser alfabetizada ou apresentar alterações de fala, devido as suas próprias limitações. Como perde parte das informações, distrai-se mais facilmente, não capta os sons que diferenciam as letras e conseqüentemente não as pronuncia de forma adequada.

Outro problema bastante comum ligado à audição, são as alterações do processamento auditivo. Processamento auditivo é a maneira como nosso cérebro processa as informações que nos chegam através da audição. É aquilo que fazemos com o que ouvimos. Assim, uma criança com alterações auditivas pode:


- ser desatenta,

- ser distraída,

- ser bagunceira ou muito quieta,

- ter a letra feia,

- ser desorganizada,

- apresentar trocas na fala e na escrita,

- ter dificuldade para entender piada, ironia e mensagens de duplo sentido,

- não conseguir acompanhar uma conversa com muitas pessoas falando ao mesmo tempo, ou conversa em ambiente ruidoso,

- não atender prontamente quando chamada, precisar ser chamada várias vezes ou ficar perguntando sempre “Ãh ? O quê ?”,

- atrapalhar-se ao contar uma história ou dar um recado,

- não compreender o que lê,

- ter dificuldade de memória e de relacionamento com crianças da mesma faixa etária.


É importante lembrar que disfunção do processamento auditivo não é surdez. A pessoa pode ter audição normal e, ao mesmo tempo, apresentar dificuldade para compreender bem o que é falado.


Dessa forma, se tiver alguma dúvida quanto à sua audição, procure a orientação de um fonoaudiólogo.


Quando devo procurar um fonoaudiólogo ?


Há muitas formas de distúrbios da comunicação, variando de bebês que demoram para aprender a falar, até pessoas idosas que perdem habilidades de linguagem por causa de uma demência.


Os distúrbios da comunicação podem afetar nossa capacidade de ouvir, prestar atenção e entender o que os outros dizem; podem afetar a voz que utilizamos quando falamos; podem prejudicar a maneira como organizamos nossa fala e como produzimos os sons que falamos; ou podem ainda interferir em nosso modo de respirar, mastigar e engolir.


Quando você notar que um ou mais problemas como estes estão acontecendo, é hora de procurar a orientação de um fonoaudiólogo.

Como é o tratamento fonoaudiológico?

Inicialmente, realiza-se uma avaliação fonoaudiológica completa, com o objetivo de investigar não apenas a natureza da queixa trazida pelo paciente, mas todas as demais habilidades envolvidas no processo comunicativo desta pessoa. Na avaliação, o fonoaudiólogo analisa a história de vida do paciente e aplica provas específicas para a idade e as condições de cada pessoa. Ao final da avaliação (que em geral demora de uma a cinco sessões), realiza-se a devolutiva, explicando-se ao paciente e/ou seus responsáveis sobre as dificuldades encontradas e a melhor conduta terapêutica a ser seguida. A partir deste momento, inicia-se a terapia, buscando-se auxiliar o paciente a perceber suas dificuldades e suplantá-las da melhor forma possível.


As sessões fonoaudiológicas têm duração, em média de 45 minutos e costumam acontecer semanalmente ou duas vezes por semana.

A duração do tratamento depende do tipo e do grau da alteração detectada na avaliação fonoaudiológica, variando, geralmente, de 3 meses a 1 ano de terapia. (fonte: www.clintegra.com)


Fernanda Rocha Martins D´Avila Ribeiro
Fonoaudióloga
Clínica Lúmen
Tel. 3633-4311

Um comentário:

  1. Parabéns , Muito importante saber disso , isto hoje está em todo monemto ao redor de nós .
    Ja fiz tratamento e tudo deu certo .

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